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Sem título, da série “Infância sem cor?” (2023)

Henrique Tavares

O trabalho propõe questionar as relações entre o trabalho infantil e o acesso à educação, cultura e lazer, a partir das conexões com os Direitos Humanos e as fases do desenvolvimento integral do ser humano. A série de trabalho "Infância sem cor?” traz essas relações também colocando em debate a questão do recorte de endereço e cor de pele das crianças que se encontram nessa situação atualmente no Brasil.

 

Na presente instalação, Henrique Tavares apresenta o carrinho de mão deteriorado pelo tempo e uso, sem o pneu e com a roda travada, sendo essas partes essenciais para que sua função seja devidamente efetivada, contrapõe a ideia de muitas pessoas que julgam que o trabalho infantil não interfere no desenvolvimento de crianças e adolescentes nem no futuro delas. As crianças sem partes fundamentais dessa fase da vida perdem a oportunidade de um futuro mais pleno e que lhe é de direito. Os demais elementos da instalação foram  encontrados em feiras livres da região de Vitória e compõem a imagem da exclusão e dificuldade de acesso das crianças e adolescentes à dignidade, igualdade e respeito.

 

No mundo, 160 milhões de crianças entre 5 e 17 anos foram submetidas ao trabalho infantil no começo de 2020. Mais de um quarto de crianças entre 5 e 11 anos e mais de um terço com idade entre 12 e 14 anos exploradas pelo trabalho infantil estão fora da escola. 

Esses dados apresentados pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) nos trazem um alerta sobre uma situação que quando não tira a vida das crianças e adolescentes, tira oportunidades. 

 

Em Vitória, ES há alguns grupos de crianças e adolescentes que estão em situação de trabalho infantil e nas feiras livres fazem o trabalho de carregar as comprar para as pessoas que os chamam ou as quais aceitam suas ofertas. Ao chegar nesta situação de trabalho, essas crianças e adolescentes ficam expostos a muitas violações físicas, psicológicas e de direitos.

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