Relato da conversação, “Parem as máquinas! Arte, educação e inteligência artificial”, com ano Wutke e Julia Rocha, realizada em 11 de abril de 2023, por ChatGPT e Julia Rocha
Esse relato foi produzido conjuntamente com o ChatCPT, utilizando a inteligência artificial como recurso para registrar uma prática desenvolvida com participantes da conversação, No lugar de simplesmente falar sobre a inteligência artificial como tema do encontro, decidi utilizá-la como ferramenta em si para a produção do texto. Tal como nas práticas desenvolvidas durante a conversação, em alguns pontos a forma como a IA respondeu às ordens para criação dos textos surpreendeu como recurso, parecendo efetivamente estar presente como um participante que esteve conosco na Ufes naquela noite, debatendo as potencialidades e problemáticas de utilizar das máquinas para práticas em arte e educação. Em outros, haviam desenganos e suposições sobre o encontro, os quais demarco com comentários, como se estivesse revisando o trabalho acadêmico produzido pela máquina.
“Parem as máquinas!” foi o título pensado para o encontro como metáfora. Uma expressão decorrente do meio jornalístico, que remonta ao período do domínio da comunicação física, quando o processo de impressão dos veículos de notícia precisava ser interrompido pela chegada de um novo furo ou uma informação que questionasse a matéria presente na publicação. A sensação hoje é de que a expressão precisa ser duplamente adotada, tanto para interromper constantemente os veículos de informação para adicionar novos dados sobre avanços da inteligência artificial que são a cada dia reconfigurados, como também para brecar o desenvolvimento das máquinas e os modos de manipulação das informações, sejam elas visuais ou verbais.
O paradoxo entre fascinar-se pelas novidades em torno do assunto e o medo diante das mudanças constantes foi inclusive nosso ponto de partida para a conversação, quando Any Karoliny Wutke e eu perguntamos aos presentes se a velocidade como a IA estava adentrando na nossa vida cotidiana os dava mais curiosidade ou os assustava. O ponto de partida foram imagens que tinham recentemente impressionado pelo alto grau de complexidade, como as inúmeras manipulações feitas do Papa Francisco utilizando jaquetas e tênis estilosos ou visitando pontos turísticos brasileiros. Os participantes se colocaram duplamente impactados pela forma como a IA tem avançado, relatando sentir-se intimidados diante das possibilidades de reconfiguração das imagens em movimento e vozes, mas também atraídos pelas eventuais construções que o campo da visualidade pode abarcar. Debatemos essa questão à luz do texto de Giselle Beiguelman, Inteligência artificial e as novas políticas da imagem, publicado na mesma semana.
imagens criadas por inteligência artificial por Pablo Xavier - fonte FFW
Desse ponto em diante do relato do encontro seguimos com a contribuição do ChatGPT para contar um pouco sobre a estrutura da conversação, utilizando recursos de correção para informar pontos em que a inteligência artificial falha pela dedução de informações erradas ou para demarcar aspectos genéricos que começam a se repetir conforme novas perguntas são feitas.
Foi um exercício instigante, no mínimo, escrever esse relato em dupla com a inteligência artificial. Por um lado, foi interessante poder perceber o assunto do qual falamos no encontro sendo utilizado como ferramenta para efetivamente registrar o momento. As deduções criadas pela automação impressionaram pela forma como a máquina conseguiu descrever de forma bastante precisa alguns dos debates desenvolvidos. Foi como se mais do que o assunto do encontro, a IA fosse um dos participantes. Mas, também foi possível notar como o jogo de adivinhação faz com que ela cometa muitos erros.
Nesse caso, o texto era de um relato do encontro do grupo de pesquisa, um texto narrativo e reflexivo que seria posteriormente revisado e editado. Contudo, pondera-se novamente sobre os limites da IA como recurso na educação, pelos desenganos cometidos no automatismo das respostas criadas. Continuo como estava no início do debate: 50% fascinada, 50% amedrontada pela forma como a inteligência artificial pode contribuir para o campo da educação, nesse momento só pensando como minha dupla de texto pode me substituir nas minhas funções!
sobre a autora:
Julia Rocha é professora da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenadora do Núcleo de Artes Visuais e Educação do Espírito Santo - NAVEES e do Grupo de Pesquisa Entre - Educação e arte contemporânea (CE/UFES). Doutora em Educação Artística pela Universidade do Porto, Mestre em Artes e Educação pela Universidade Estadual Paulista e Licenciada em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Realiza pesquisa sobre o ensino da arte na contemporaneidade, mediação cultural, relações entre museus e escolas, avaliação de propostas educativas no campo das artes visuais e formação de professores.
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